9 Abr 2025 | Geraforte

Como dimensionar a demanda energética da sua empresa

O dimensionamento da demanda energética é um processo técnico que determina a quantidade de energia elétrica necessária para sustentar, com segurança e eficiência, todas as operações da empresa. Trata-se de um diagnóstico estratégico que influencia diretamente a performance da infraestrutura elétrica, o controle de custos operacionais e a viabilidade de expansão.

Ignorar essa etapa pode levar a subdimensionamentos — com sobrecargas e falhas — ou superdimensionamentos, que aumentam desnecessariamente o custo de instalação e operação.

O que é demanda energética?
É a soma das cargas elétricas ativas e reativas exigidas pela empresa em diferentes momentos de operação. O cálculo considera:

  • Potência nominal dos equipamentos (W)
  • Horas médias de uso diário
  • Frequência mensal de uso
  • Fator de simultaneidade

Fórmula básica para consumo:
 kWh = (Potência × Horas/dia × Dias/mês) ÷ 1.000

Além disso, é fundamental calcular a potência aparente (kVA), que reflete a capacidade real exigida da infraestrutura. Para isso, utiliza-se:

kVA² = kW² + kVAr²

Essa análise permite projetar o sistema elétrico considerando não só o consumo médio, mas os picos de carga e as perdas elétricas.

Por que dimensionar corretamente?

  • Evita sobrecargas e falhas técnicas: redes mal dimensionadas sofrem com curtos, quedas e queima de equipamentos.
  • Reduz custos operacionais: permite identificar e eliminar desperdícios.
  • Garante conformidade com normas (ex: NBR 5410) e evita multas.
  • Fundamenta decisões estratégicas: como aquisição de geradores, sistemas híbridos com grupos geradores+energia fotovoltaica e expansão de rede.
  • Melhora a previsibilidade da operação: com dados precisos para simulações e gestão de riscos.

Etapas do dimensionamento energético

  1. Levantamento de cargas
    Mapeie todos os dispositivos consumidores, incluindo equipamentos intermitentes e setores distintos da empresa. Registre a potência, tempo médio de uso e perfil operacional.
  2. Cálculo do consumo individual e total (kWh)
    Aplique a fórmula de consumo mensal e identifique os maiores consumidores. Isso ajuda na priorização de investimentos em eficiência.
  3. Análise da demanda simultânea e cálculo em kVA
    A demanda real depende de quantos equipamentos operam ao mesmo tempo. A aplicação do fator de demanda ajusta os valores teóricos à realidade. Equipamentos indutivos exigem especial atenção à potência reativa.
  4. Inclusão da margem de segurança (20% a 30%)
    Compensa picos de carga, variações sazonais e possíveis expansões. A margem é essencial para a especificação correta de geradores e transformadores.

A importância do kVA

Diferentemente do kW (potência útil), o kVA representa a capacidade total de fornecimento de energia, considerando perdas e reativos. Essa medida é essencial em sistemas trifásicos, geradores elétricos e cargas indutivas.

Um gerador especificado apenas com base em kW pode falhar diante de picos de carga ou baixa eficiência energética.

A escolha de transformadores, UPS e bancos de capacitores depende diretamente do valor em kVA e do fator de potência da instalação.

 

Fatores que influenciam a demanda

  • Perfil da operação: empresas com turnos contínuos consomem mais que operações esporádicas.
  • Equipamentos utilizados: máquinas de alta potência e sistemas de climatização impactam fortemente.
  • Eficiência energética: aparelhos certificados consomem menos para entregar o mesmo resultado;
  • Crescimento projetado: expansão planejada deve ser incorporada ao cálculo.
  • Clima e sazonalidade: elevam o uso de sistemas de refrigeração e ventilação.
  • Fator de potência: baixo fator implica penalidades na fatura e exige correção.
     

Tecnologias que otimizam o dimensionamento

  • EMS (Energy Management Systems): monitoram consumo em tempo real, detectam picos e sugerem ações corretivas com base em IA.
    Medidores inteligentes e analisadores de energia: coletam dados detalhados sobre tensão, corrente, harmônicas e fator de potência.
  • Consultorias especializadas: realizam inspeções, diagnósticos, simulações e sugerem soluções sob medida, como correção de reativos e troca tarifária.
     

Estratégias para reduzir demanda e aumentar eficiência

  • Revisar a instalação elétrica: atualizar cabeamentos, quadros e conexões reduz perdas invisíveis e melhora o desempenho.
  • Substituir equipamentos antigos: motores e sistemas obsoletos têm baixa eficiência energética e maior consumo.
  • Automatizar processos: sensores, cronogramas e inteligência embarcada reduzem uso desnecessário.
  • Engajar os colaboradores: hábitos conscientes (como desligar equipamentos ociosos) geram economia sem investimento.
     

Quando considerar geradores de energia?

Empresas que não podem parar — como hospitais, supermercados e data centers, agronegócio e dentre muitas outras — devem incluir geradores como parte do plano energético. A especificação deve considerar:

  • Potência em kVA
  • Fator de potência
  • Tipo de carga (reativa ou resistiva)
  • Duração e frequência de uso
  • Local e condições de instalação

Geradores bem dimensionados evitam prejuízos operacionais e garantem estabilidade em casos de falhas na rede.


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